Revista do Tribunal Regional Federal da 1ª Região https://revista.trf1.jus.br/trf1 <p>A Revista do TRF da 1ª Região lançou sua primeira edição em 1989. Nos primeiros 10 anos (1989 a 1999), com periodicidade quadrimestral, era publicada pela Editora Revista dos Tribunais, com conteúdo exclusivamente jurisprudencial, selecionado pelo Gabinete da Revista. A partir de novembro de 2000, a revista passa a ser editada e impressa pelo Tribunal, com periodicidade mensal, e o conteúdo passou a integrar, além da jurisprudência, artigos doutrinários. Em novembro de 2012, a publicação passou a ser bimestral, com tiragem de 800 exemplares por número.&nbsp;A partir de abril de 2019, a revista torna-se totalmente eletrônica publicada pelo Open Journal System.</p> <p>&nbsp;</p> pt-BR Revista do Tribunal Regional Federal da 1ª Região 2596-2493 <p>Ao submeterem artigos à Revista do Tribubnal Regional Federal da 1ª Região, os autores declaram ser titulares dos direitos autorais, respondendo exclusivamente por quaisquer reclamações relacionadas a tais direitos, bem como autorizam a revista, sem ônus, a publicar os referidos textos em qualquer meio, sem limitações quanto ao prazo, ao território, ou qualquer outra. A revista fica também autorizada a adequar os textos a seus formatos de publicação e a modificá-los para garantir o respeito à norma culta da língua portuguesa.</p> Pareceristas https://revista.trf1.jus.br/trf1/article/view/579 Equipe Editorial Copyright (c) 2024 Revista do Tribunal Regional Federal da 1ª Região 2024-04-25 2024-04-25 36 2 211 212 Pistolagem no campo: o autor mediato no banco dos réus e sua punibilidade em face da teoria do domínio do fato https://revista.trf1.jus.br/trf1/article/view/508 <p>O art. 29 do Código Penal não diferencia autor imediato e mediato de forma objetiva, ficando a cargo dos manuais de direito penal promover essas distinções e demonstrar sua forma de configuração. E isso, no âmbito dos crimes de homicídios perpetrados por meio da ação de um mandante e de um executor, expõe as fragilidades de um sistema criminal direcionado a promover a justiça e a pacificação social. Nesse sentido, teve-se por objetivo analisar a lei penal relacionada a indicar a conduta, no contexto do concurso de pessoas, de autores (diretos e indiretos), partícipes, coautores e, estritamente, compreender se é possível o emprego da teoria do domínio do fato para propiciar a cisão entre autor direto e indireto referente a pistolagem no campo. Desse modo, fez-se uso da metodologia bibliográfica, amparada em livros e no diploma penal repressivo. Constatou-se a existência de várias teorias discutindo a presente abordagem, sem, contudo, resolver a problemática exposta. E, somado a isso, a teoria do domínio do fato não se aplica a todos os casos envolvendo a ação de um mandante e um executor, demonstrando a necessidade de aperfeiçoamento do Código Penal.</p> Adegmar José Ferreira Cristiano de Freitas Souza Copyright (c) 2024 Revista do Tribunal Regional Federal da 1ª Região 2024-04-25 2024-04-25 36 2 1 17 A responsabilidade penal pela suspensão de nutrição e hidratação artificiais de paciente em estado vegetativo persistente https://revista.trf1.jus.br/trf1/article/view/560 <p>A dogmática penal “não cresce do deserto, mas apenas no solo fértil e firme de um intenso e sofisticado debate sobre problemas concretos”, afirmou o homenageado (Greco, 2009, p. 3). Este texto dá testemunho disso ao analisar caso envolvendo dois grandes temas da dogmática da teoria geral do delito: o consentimento (presumido) e a omissão imprópria. Ele analisa caso que envolvia uma investigação por tentativa de homicídio em razão da <em>suspensão de hidratação e nutrição de paciente em estado vegetativo persistente</em>, analisando a responsabilidade de cada um dos envolvidos. As autoras concluem que, por tratar-se de comportamento omissivo, a suspensão de nutrição e hidratação artificiais de paciente em estado vegetativo persistente não caracteriza participação em suicídio tampouco eutanásia ativa, mas hipótese de ortotanásia, que somente poderia ser punível a título de omissão imprópria. O médico que tratava a paciente e seu curador eram garantes de proteção (art. 13, § 2º, “b” do Código Penal), cujo feixe de deveres, porém, não envolvia o dever genérico de prolongar indefinidamente a vida ou o processo de morte de pacientes, devendo sua atuação ser limitada pela vontade da paciente, em respeito à sua autonomia. Por ser paciente inconsciente, a legalidade da intervenção dependia da análise da vontade presumida, fundada no critério do melhor interesse. Não havia, no caso, dever concreto de agir para autorizar a continuidade da nutrição e da hidratação artificiais, do que decorre a atipicidade da conduta do médico de tratamento e do curador e, em virtude da acessoriedade da participação, também a do médico parecerista e do advogado que aconselhou o curador.</p> Flávia Siqueira Heloisa Estellita Copyright (c) 2024 Revista do Tribunal Regional Federal da 1ª Região 2024-04-25 2024-04-25 36 2 18 41 O direito ao sossego: uma alternativa ao falso bem jurídico “sentimento” https://revista.trf1.jus.br/trf1/article/view/563 <p>No presente artigo procuramos fundamentar o reconhecimento do <em>sossego</em> como bem jurídico passível de tutela penal em um Estado liberal. A partir da ideia de que sentimentos não podem ser considerados bens jurídicos, desenvolvemos uma alternativa para a criminalização de condutas como a ameaça (art. 147 do CPB), a partir da capacidade que esses atos têm de impedir a decisão da vítima quanto à alocação de sua atenção. Defendemos que o argumento de que a ameaça é criminalizada por ocasionar uma restrição à liberdade é excessivamente empírico e não engloba situações como da ameaça simples. Desse modo, o referencial do sossego nos parece mais adequado para justificar a tipificação. Por fim, demonstramos que a verificação da lesividade a esse bem jurídico está condicionada ao binômio <em>expectativa de sossego</em> e <em>intensidade da agressão</em>. Condutas que atingem as vítimas em determinados locais e horários em que há maior expectativa de sossego apresentam grau de lesividade mais alto que aquelas que os atingem em locais em que se espera a interrupção da atenção. De igual maneira, condutas repetitivas ou prolongadas atingem a capacidade de alocação da atenção de forma mais intensa que meras importunações pontuais.</p> Túlio Vianna Lucas Miranda Copyright (c) 2024 Revista do Tribunal Regional Federal da 1ª Região 2024-04-25 2024-04-25 36 2 42 52 Acordo de não persecução penal em crime de insider trading no curso do processo administrativo sancionatório da CVM: novas perspectivas a partir do princípio da independência entre as instâncias penal e administrativa https://revista.trf1.jus.br/trf1/article/view/566 <p>Este artigo apresenta um estudo acerca do modo como o princípio da independência entre as instâncias penal e administrativa opera nos casos de oferecimento de acordo de não persecução penal para investigados pelo crime de <em>insider trading </em>antes da conclusão do processo administrativo sancionador perante a CVM. A ideia central defendida, com base no princípio da proporcionalidade, é a de que o oferecimento do acordo de não persecução penal antes da conclusão do processo administrativo sancionador somente será válido se (<em>i</em>) estiver vocacionado à realização de interesse constitucionalmente legítimo, (<em>ii</em>) realizando o meio menos gravoso para atingi-lo e (<em>iii</em>) produzindo resultados juridicamente mais relevantes do que as restrições aos direitos fundamentais impostas ao investigado. O artigo está baseado em duas perspectivas teóricas extensamente desenvolvidas pelo professor Luís Greco, homenageado neste periódico: (<em>i</em>) a compreensão das modalidades de acessoriedade administrativa e da sua relação com a definição do âmbito de proibição da norma penal e (<em>ii</em>) a utilização escrupulosa do parâmetro da proporcionalidade na identificação da legitimidade da imposição de restrições aos direitos fundamentais dos investigados e réus no campo penal, desde que previamente autorizadas pelo legislador.</p> Ademar Borges de Sousa Filho Copyright (c) 2024 Revista do Tribunal Regional Federal da 1ª Região 2024-04-25 2024-04-25 36 2 53 75 Adiar a morte do direito penal liberal: pena, crime e processo na obra de Luís Greco https://revista.trf1.jus.br/trf1/article/view/574 <p>O presente texto propõe-se a descrever (e a defender) o incumprido projeto de um direito penal liberal, à luz de sua tentativa contemporânea mais ambiciosa, impressionante e bem-acabada: a obra (ainda em incessante e vigoroso movimento) de Luís Greco. Para cumprir esse propósito, visitam-se as reflexões do autor homenageado sobre os três males carentes de legitimação em um Estado liberal: o mal da pena, o mal do crime e o mal do processo.</p> Alaor Leite Adriano Teixeira Copyright (c) 2024 Revista do Tribunal Regional Federal da 1ª Região 2024-04-25 2024-04-25 36 2 76 88 Fundamentos da culpabilidade e o debate biologicista sobre o livre-arbítrio: o direito penal posto à prova, ou um falso problema interdisciplinar? https://revista.trf1.jus.br/trf1/article/view/556 <p>Cientistas como Robert Sapolsky têm questionado os fundamentos do direito penal, vislumbrando sua superação, diante da hipótese de que os atos humanos seriam predeterminados biologicamente. Procura-se responder a tais pretensões, a partir dos fundamentos da culpabilidade e das razões da pena, analisando o sentido ou a dimensão do livre-arbítrio que releva para o direito de punir. Rememoram-se as dicotomias culpabilidade e pena; periculosidade e medida de segurança, na evolução das ideias penais, assim como a importância da autodeterminação para a teoria do delito, notadamente no desenvolvimento do conceito de culpabilidade. São sintetizados os obstáculos que Sapolsky opõe ao livre-arbítrio e as suas propostas para um novo sistema de justiça criminal. Suas ideias são confrontadas com outras perspectivas, no campo das neurociências, sobre o papel da consciência na determinação dos atos e sobre a eficácia da pena como instrumento de controle social. Então, considerando que para a responsabilização dos imputáveis importam mais as condições externas dos seus atos, e que a consciência sobre as consequências destes atos, inclusive sobre a pena, influi na determinação (ainda que biológica) da vontade, demonstra-se a diminuta importância do debate sobre o livre-arbítrio para o direito penal, concluindo-se que tal questão não abala os seus fundamentos.</p> Frederico Horta Paulo Romero Copyright (c) 2024 Revista do Tribunal Regional Federal da 1ª Região 2024-04-25 2024-04-25 36 2 89 110 A curiosa proposta de transferência da jurisdição para o Ministério Público: reflexões críticas sobre a interpretação alternativa do art. 385 do Código de Processo Penal https://revista.trf1.jus.br/trf1/article/view/567 <p>O art. 385 do CPP autoriza o juiz a proferir sentença condenatória em ações penais públicas incondicionadas ou condicionadas à representação, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição. Esse comando legal tem sido cada vez mais criticado por alguns doutrinadores, que sustentam uma interpretação alternativa segundo a qual o juiz não poderia proferir sentença condenatória após o parecer do Ministério Público pela absolvição. O presente artigo analisa os principais argumentos suscitados pelos defensores da tese em questão. Em seguida, são explicitados argumentos desconsiderados no debate acadêmico, situados nos planos constitucional e legal. Ao fim, concluir-se-á pela falta de amparo jurídico da tese analisada.</p> Ronan Rocha Copyright (c) 2024 Revista do Tribunal Regional Federal da 1ª Região 2024-04-25 2024-04-25 36 2 111 132 Anotações sobre as categorias do chamado risco permitido https://revista.trf1.jus.br/trf1/article/view/538 <p>Nem toda conduta perigosa ao bem jurídico está proibida pelo ordenamento jurídico, sendo essa a <em>ratio</em> do chamado risco permitido. O presente artigo versa sobre as categorias desse instituto, possuindo, a rigor, três momentos: analisar se o termo risco <em>permitido</em> é o mais adequado; verificar como os critérios sobre a valoração jurídica do risco criado aparentam possuir determinados padrões de relação e os eventuais porquês de isso ocorrer; refletir sobre a fundamentação da ideia e a insuficiência da opinião dominante – consistente na ponderação de interesses – quanto ao tema.</p> Rodrigo Amaral Copyright (c) 2024 Revista do Tribunal Regional Federal da 1ª Região 2024-04-25 2024-04-25 36 2 133 144 A cooperação dolosamente distinta nos crimes agravados pelo resultado https://revista.trf1.jus.br/trf1/article/view/528 <p>O texto volta-se a delinear a abrangência e o conteúdo do § 2º do art. 29 do Código Penal brasileiro, bem como a propor uma forma de conciliação do dispositivo com os crimes agravados pelo resultado.</p> Gustavo de Oliveira Quandt Copyright (c) 2024 Revista do Tribunal Regional Federal da 1ª Região 2024-04-25 2024-04-25 36 2 145 167 Noções sobre infiltração online no processo penal brasileiro: uma análise a partir do estudo de Luís Greco https://revista.trf1.jus.br/trf1/article/view/568 <p>Este estudo visa explorar as complexidades da infiltração online dentro do processo penal brasileiro, abordando suas implicações éticas e legais por meio da perspectiva do estudo de Luís Greco sobre a experiência alemã. O objetivo é avaliar a necessidade de um marco regulatório que concilie a eficácia investigativa com a salvaguarda dos direitos fundamentais no contexto da digitalização crescente. A metodologia utilizada é a dedutiva, por meio da revisão bibliográfica, com uma abordagem comparativa. O artigo analisa como a legislação alemã, especialmente o § 100b StPO, regula a infiltração online, enfatizando critérios rigorosos e medidas protetivas para garantir a justiça e a proporcionalidade das operações de investigação. A pesquisa baseia-se na análise teórica e na revisão da legislação pertinente, buscando adaptar as lições aprendidas com a experiência alemã ao cenário brasileiro. Destaca-se a importância de um marco legal específico que permita a infiltração online de forma ética e fundamentada, respeitando os direitos individuais enquanto enfrenta os desafios impostos pelo ciberespaço. O artigo conclui enfatizando a contribuição de Greco para o diálogo sobre infiltração online no Brasil, sugerindo que a abordagem legislativa da Alemanha pode oferecer diretrizes valiosas para a criação de uma legislação brasileira que equilibre a segurança e as liberdades civis. Propõe-se uma reflexão sobre as implicações da infiltração online, reiterando a necessidade de um debate aprofundado e do desenvolvimento de normas claras para a prática investigativa no ambiente digital, respeitando princípios éticos e constitucionais.</p> Wellington José Campos Copyright (c) 2024 Revista do Tribunal Regional Federal da 1ª Região 2024-04-25 2024-04-25 36 2 168 180 A questão do bem jurídico no crime de casa de prostituição https://revista.trf1.jus.br/trf1/article/view/571 <p>Graduada em direito pela Universidade de São Paulo e mestra em direito penal pela mesma instituição.</p> Ludmila Carvalho Gaspar de Barros Bello Copyright (c) 2024 Revista do Tribunal Regional Federal da 1ª Região 2024-04-25 2024-04-25 36 2 181 193 Jurisprudência https://revista.trf1.jus.br/trf1/article/view/578 Equipe Editorial Copyright (c) 2024 Revista do Tribunal Regional Federal da 1ª Região 2024-04-25 2024-04-25 36 2 194 210