Crimes no campo: a construção do inimigo e a exclusão do camponês da “sociedade de bem” como estratégia do capital
Palavras-chave:
conflito agrário, desapropriação, direito penal, justiça social, Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST)Resumo
A segregação social produz efeitos deletérios nos ideais preconizados pela nação, inferioriza e subalterniza os grupos historicamente desfavorecidos e fomenta uma cultura opressora, desigual, e dominadora de uma classe em detrimento de outra e, nesse âmbito, a violência, real ou simbólica, é um mecanismo nas mãos dos detentores do poder em prol de sua manutenção. E, no contexto rural, essas distinções causaram diversas infrações penais, estigmatizaram o homem e a mulher do campo, e deslegitimaram a ação de pessoas, grupos e defensores da reforma agrária. Dessa maneira, teve-se por objetivo analisar a caracterização do camponês como inimigo, sendo esse ato um instrumento de manutenção da elite dominante e de dominação dos excluídos. Para tanto, fez-se uso de método bibliográfico, com base em livros, reportagens e na legislação. Os povos expulsos de suas terras, diante da expropriação de áreas e da mercantilização, passaram à condição de despossuídos e o Estado a sociedade e a mídia reproduziram a noção de criminosos em potencial e merecedores de repressão. Sendo assim, ao se criar a figura do “inimigo invasor de terras”, tem-se, como consequência, a sua eliminação da “sociedade de bem”, a perda de cidadania, privilegiando-se os interesses dos latifundiários e dos empresários rurais.
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