O pacto civilizatório, a pulsão de morte e o desejo incessante: uma trama entre a psicanálise, o direito e a literatura em Grande Sertão Veredas
Palavras-chave:
direito, obra literária, princípio do acesso à justiçaResumo
O presente artigo se arvora a uma articulação feita pela literatura de Guimarães Rosa no Grande Sertão Veredas entre as noções de justiça, particularmente o direito constitucional à propriedade, tão caras ao campo do Direito, e hipótese conceitual da psicanálise sobre a formação do pacto civilizatório, a renúncia aos desejos individuais em prol de uma vida coletiva e de como todos esses esforços estão inevitavelmente fadados ao malogro. Sob a perspectiva freudiana, a formação da civilização é analisada em seu intento de proteger a coletividade dos instintos destrutivos de uma minoria mais forte. Contudo, a presença pulsante do instinto de morte e da resistência humana em se submeter à renúncia exigida pela vida em comunidade apontam para o eterno tensionamento entre os intentos do Direito de promover justiça. Finalmente, veremos como Freud, ainda que aponte a impossibilidade da domesticação dos instintos humanos e da busca constante da realização de desejos, não desiste na defesa de que todos os esforços devem permanecer no caminho da promoção e defesa de tudo que atue em defesa da civilização, como a ciência, a educação e a arte.
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