Criminal subjugation and gypsy peoples:

an analysis of the biographical construction of a popular leader in criminal records

Authors

DOI:

https://doi.org/10.69519/trf1.v37i1.644

Keywords:

Anthropology of Law, judicial biography, criminal registries, gypsy peoples, sistema de justiça

Abstract

This article describes and analyses how the biographical construction and criminal subjection of a popular Gypsy leader can occur in the documents produced in the context of a real trial that took place before a jury. Based on an ethnographically inspired study with a critical legal sensibility, the narratives and meanings present in the criminal records were analysed, as well as the media repercussions surrounding the case study. In this sense, it was possible to reflect on how the leader of a particular traditional community, as a gypsy, is inserted into the case file and how the cultural differences, stigmatisations and social representations associated with his ethnic condition emerge in the procedural dynamics. It has been empirically verified that the biographical construction that takes place in the case files analysed has moved away from the field of individualisation of punishment and is materialised in the criminal subjection of the Gypsy community.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Rafael Batista Gonçalves, Universidade Federal de Jataí

Estudante da graduação em Direito pela Universidade Federal de Jataí, Jataí, Goiás/Brasil. 

Divino Borges da Silva, Universidade Federal de Jataí

Cigano da etnia Calon. Graduado em Direito pelo Centro Universitário Unibrás Montes Belos. Cursando Pós-Graduação Mestrado em Direito na Universidade Federal de Jataí. Especialização em Direito Público pelo Centro Universitário Unibrás Montes Belos. Pesquisador do Mapeamento e registros de famílias ciganas das etnias Calon, Rom e Sinti, de territórios e rotas dos povos ciganos e das políticas públicas acessadas por esse público no Brasil (05/2023) da Universidade Federal de Jataí em conjunto com o Ministério da Igualdade Racial. Membro do Conselho Estadual de Direitos Humanos, Igualdade Racial e Combate ao Preconceito (2021-Presente). Assessor Parlamentar na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás. Palestrante.

 

Phillipe Cupertino Salloum e Silva, Universidade Federal de Jataí

Professor Adjunto de Teoria Geral do Processo e Direito Processual Civil e docente permanente do Programa de Pós-Graduação Mestrado em Direito da Universidade Federal de Jataí. Doutor em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde integra o grupo de pesquisa "Luta por direitos e justiça e práticas estatais: uma perspectiva etnográfica". Mestre em Ciências Jurídicas pela Universidade Federal da Paraíba (2015). Bacharel em Direito pela Universidade Estadual de Santa Cruz (2013). Atuação em coordenação e parceria com projetos de assessoria jurídica universitária popular, com foco em povos e comunidades tradicionais. Secretário de Articulação Política do Instituto de Pesquisa, Direitos e Movimentos Sociais (2023-2025). Experiência com pesquisas empíricas com abordagem etnográfica intercalando Antropologia, Direitos Humanos e os estudos sobre as instituições jurídicas e o Estado.

References

ALMEIDA, Tamiris Gonçalves. Construções biográficas e práticas jurídicas criminais: uma análise etnográfica do caso do ex-PM Pitbull. 2022. Dissertação (Mestrado em Antropologia) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2022.

ARTIÈRES, Philippe. Arquivar a própria vida. Revista Estudos Históricos, v. 11, n. 21, p. 9-34, 1998.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: história da violência nas prisões. Petrópolis: Vozes, 1987.

GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade. Lisboa: Coletivo Sabotagem, 1988.

GOMES, Sílvia. A construção do pânico moral sobre os ciganos e os imigrantes na imprensa diária portuguesa. Latitude, v. 7, n. 2, p. 187-217, 2013.

HONORIO FILHO, Simplicio et al. Populismo penal midiático: exploração midiática da criminalidade e a espetacularização do crime. Revista Brasileira de Estudos de Segurança Pública, v. 12, n. 1, p. 76-91, 2019.

JAKOBS, Günther; MELIÁ, Manuel Cancio. Direito penal do inimigo: noções e críticas. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2020.

LIMA, Roberto Kant de; MOUZINHO, Glaucia Maria Pontes. Produção e reprodução da tradição inquisitorial no Brasil: entre delações e confissões premiadas. Dilemas – Revista de Estudos de Conflito e Controle Social, v. 9, n. 3, p. 505-529, 2016.

LIMA, Roberto Kant de; BAPTISTA, Bárbara Gomes Lupetti. Como a Antropologia pode contribuir para a pesquisa jurídica? Um desafio metodológico. Anuário Antropológico, v. 39, n. 1, p. 9-37, 2014.

LIMA, Roberto Kant de; VARELLA, Alex. Saber jurídico e direito à diferença no Brasil: questões de teoria e método em uma perspectiva comparada. In: LIMA, Roberto Kant de (org.). Ensaios de Antropologia e de Direito: acesso à justiça e processos institucionais de administração de conflitos e produção da verdade jurídica em uma perspectiva comparada. Rio de Janeiro: Lumens Juris, 2008. p. 89-126.

MIRAGLIA, Paula. Aprendendo a lição: uma etnografia das Varas Especiais da Infância e da Juventude. Novos Estudos Cebrap, n. 72, p. 79-98, 2005.

MISSE, Michel. Crime, sujeito e sujeição criminal: aspectos de uma contribuição analítica sobre a categoria bandido. Lua Nova, n. 79, p. 15-38, 2010.

MISSE, Michel. O papel do inquérito policial no processo de incriminação no Brasil: algumas reflexões a partir de uma pesquisa. Sociedade e Estado, v. 26, n. 1, p. 15-27, 2011.

MONTEIRO, Edilma do Nascimento Jacinto. Tempo, redes e relações: uma etnografia sobre infância e educação entre os Calon. 2019. Tese (Doutorado em Antropologia) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2019.

NOCCHI, Carolina Penna. ‘Chapéu e dentes de ouro’: a dimensão simbólica dos direitos e sua repercussão na prisão e liberdade de um cigano. In: SCHRITZMEYER, Ana Lúcia Pastore (org.). VII Encontro Nacional de Antropologia do Direito. São Paulo: Núcleo de Antropologia do Direito, 2021. p. 1-15.

OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. O trabalho do antropólogo: olhar, ouvir, escrever. Revista de Antropologia, p. 13-37, 1996.

PEIRANO, Mariza. Etnografia não é método. Horizontes Antropológicos, v. 20, n. 1, p. 377-391, 2014.

PERPÉTUO, Lenilda Damasceno. Comunidade cigana Calon em processo de escolarização: conflitos étnicos e saberes pluriculturais. 2017. Dissertação (Mestrado em Antropologia) – Universidade de Brasília, Brasília, 2017.

REZENDE, Dimitri Fazito de Almeida. A identidade cigana e o efeito da ‘nomeação’: o deslocamento das representações numa teia de discursos mitológicos-científicos e práticas sociais. Revista Antropol., v. 49, n. 2, p. 698-729, 2006.

RENOLDI, Brígida et al. El antimétodo etnográfico – desafíos para una forma de trabajo. Etnografías Contemporáneas, v. 7, n. 13, p. 8-35, 2021.

SALLOUM e SILVA, Phillipe Cupertino et al. Representações sociais dos povos ciganos nos veículos de imprensa do Estado de Goiás (2018-2022). InSURgência, p. 1-25, 2024.

SARMENTO, Anaíra Sousa de Moraes. Representações sociais dos povos chamados ‘ciganos’ em jornais brasileiros (2008-2018). 2011. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2011.

SCARAMELLA, M. L. A produção de biografias judiciárias em autos de processos penais: uma análise dos laudos psiquiátricos do caso Maura Lopes Cançado. Confluências – Revista Interdisciplinar de Sociologia e Direito, v. 17, n. 3, p. 14-34, 2015.

Published

2025-07-21

How to Cite

BATISTA GONÇALVES, Rafael; BORGES DA SILVA, Divino; CUPERTINO SALLOUM E SILVA, Phillipe. Criminal subjugation and gypsy peoples:: an analysis of the biographical construction of a popular leader in criminal records. Revista do Tribunal Regional Federal da Primeira Região, [S. l.], v. 37, n. 1, p. e3720250102, 2025. DOI: 10.69519/trf1.v37i1.644. Disponível em: https://revista.trf1.jus.br/trf1/article/view/644. Acesso em: 23 jul. 2025.

Similar Articles

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >> 

You may also start an advanced similarity search for this article.